Rússia
pede na ONU investigação completa sobre o ataque químico na Síria
- 05/04/2017 17h54
- Washington
Da
Agência EFE
O projeto de resolução acabou não sendo levado à
sessão do Conselho de SegurançaAP/Photo/Frank Franklin/ Agencia Sputnik
O representante da Rússia no Conselho de Segurança
da ONU, Vladimir Safronkov, pediu hoje (5) na reunião do órgão que qualquer
decisão sobre o possível uso de armas químicas na Síria seja adotada apenas
após uma completa investigação dos fatos mais recentes e apontou para a suposta
responsabilidade de um grupo armado no caso. As informações são da agência
espanhola Efe
Safronkov justificou no Conselho sua oposição a um
projeto de resolução que buscava condenar o ataque realizado na segunda-feira
(3) na cidade síria de Khan Sheikhoun, no norte do país, quando cerca de 70
pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. O diplomata fusso disse que
"não seria sério" o Conselho de Segurança aprovar uma resolução sobre
estes fatos sem ter feito uma investigação "objetiva" sobre o caso,
que só tem "falsos reportes".
"É preciso fazer uma investigação completa
para averiguar o que aconteceu e quem foi responsável", reforçou.
Sem resolução
Saiba Mais
O projeto de resolução, que acabou não sendo levado
à sessão do Conselho de Segurança, era defendido pelos Estados Unidos, França e
Reino Unido e exigia averiguação a fundo do caso. Não estabelecia, no entanto,
quem era responsável pela ação, embora os governos dos três países acusassem o
regime de Bashar al Assad.
Safronkov mostrou oposição a algumas partes do
texto do projeto de resolução, que, segundo ele, deveria condenar "o uso
de armas químicas de qualquer tipo". Em sua exposição, ele reiterou
relatórios fornecidos por Moscou que dão conta de que a aviação síria realizou
um ataque das 11h30 às 12h30 (horário da Síria) da segunda-feira na parte
leste de Khan Sheikhoun.
Segundo a Rússia, esse ataque teve como alvo um
estoque de munição e equipamentos de guerra em um território supostamente
controlado pelo grupo terrorista Frente Al-Nusra, filial da Al Qaeda.
De acordo com Safronkov, nesse local havia uma instalação para fabricar munição "que usa armas tóxicas" e que aparentemente seria usada no Iraque e na cidade síria de Aleppo.
Dados divergentes
As informações dadas pelo representante russo ao
Conselho de Segurança, contudo, não coincidem nem com a hora nem com o local
apresentados em relatórios de autoridades locais e organismos de direitos
humanos sobre o ataque.
Conforme disse à Agência Efe, Osama al Siada,
presidente do Conselho Local de Khan Sheikhoun e uma das testemunhas do
ocorrido, o ataque aconteceu por volta das 6h50, no horário local, e os lugares
atingidos foram três pontos do norte da cidade e um do centro. De fato, o
Observatório dos Direitos Humanos da Síria estava noticiando os fatos duas
horas antes da hora que Safronkof mencionou.
Na mesma reunião do Conselho, um representante da
Síria, que foi convidado a participar embora seu país não seja membro do órgão,
disse que as denúncias eram "invenção" de algumas nações ocidentais.
Ele também negou categoricamente que as forças armadas sírias tenham usado armas
químicas no conflito iniciado nesse país em 2011. "Nunca usamos e nunca
usaremos", assegurou.
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