terça-feira, 1 de junho de 2021

Oliver Kahn e o novo CEO do Bayern de Munique após Rummenigge deixa o cargo.

 Rummenigge deixa Bayern de Munique e Oliver Kahn assume o posto de CEO

Rummenigge deixa Bayern de Munique e Oliver Kahn assume o posto de CEO

Sua saída já estava prevista, mas apenas para o final do ano

Em decisão anunciada pelo Bayern de Munique nesta terça-feira nas redes sociais e em seu site oficial, Karl-Heinz Rummenigge vai deixar o cargo de CEO do clube alemão no final deste mês. Sua saída já estava prevista, mas apenas para o final do ano. O posto será ocupado agora por outra lenda da equipe: o ex-goleiro Oliver Kahn, que já trabalha como conselheiro no time.

"É o fim do ano financeiro e começa uma nova fase com uma nova comissão técnica (Julian Nagelsmann, ex-RB Leipzig, assume no lugar de Hans-Dieter Flick, que comandará a seleção da Alemanha). O Oliver Kahn, como novo CEO, deve ser o responsável pela nova temporada desde o início. Eu disse há dois anos que estávamos preparando uma transição suave e agora foi finalmente feita. Como devia ser", afirmou Rummenigge em um comunicado oficial.

"Rummenigge fez um grande trabalho no Bayern durante mais de 20 anos. Durante este período, o clube ganhou tudo o que havia para ganhar. Agora é a minha vez de assumir essa responsabilidade. Nos últimos 18 meses tive de conhecer todas as facetas do clube e conheço muito bem como trabalha o Bayern e que desafios vamos enfrentar", disse Kahn, goleiro do Bayern de Munique entre as décadas de 90 e de 2000.

Antes de assumir o cargo, o ex-jogador já havia comentado sobre mercado de jogadores. Com relação ao norueguês Erling Haaland, que aos 20 anos já é um dos maiores atacantes do mundo e desperta interesse de times do mundo todo, disse que o clube alemão não pensa em contratá-lo.

"Desculpe, mas aqueles que estão falando (da transferência de Haaland) ainda não entenderam a situação. Uma transferência estimada em mais de 100 milhões de euros (mais de R$ 650 milhões) é absolutamente impensável para o Bayern neste momento", disse o dirigente.

Além da questão financeira, Khan ressaltou que o Bayern de Munique já possui um centroavante de respeito: o polonês Robert Lewandowski, atual melhor jogador do mundo. "Robert ainda tem um contrato de dois anos aqui. Seu desempenho não pode ser questionado. Ele pode manter seu nível por mais alguns anos. Isso é razão suficiente para não pensar em Haaland", completou.

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/esporte/1809460/rummenigge-deixa-cargo-de-ceo-do-bayern-de-munique-e-oliver-kahn-assume-o-posto


terça-feira, 25 de maio de 2021

novo técnico da Alemanha assina por três anos !

 Hansi Flick assina por três anos e assume a seleção da Alemanha após a Eurocopa

Hansi Flick assina por três anos e assume a seleção da Alemanha após a Eurocopa

A confirmação da contratação foi feita nesta terça-feira pela Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão)

Hansi Flick será o novo treinador da seleção da Alemanha, assumindo o posto atualmente ocupado por Joachim Löw. A confirmação da contratação foi feita nesta terça-feira pela Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), que anunciou que o compromisso é válido por três anos, até 2024, e que o início de seu trabalho será logo após a disputa da Eurocopa.

O técnico, de 56 anos, assumirá o comando da seleção após a sua trajetória de sucesso desde que assumiu o posto de treinador do Bayern de Munique em 2019. Ele conquistou sete títulos com a equipe alemã em 18 meses - inclusive a Liga dos Campeões da Europa na temporada 2019/2020.

Flick retornará à seleção da Alemanha depois de ter atuado como assistente de Löw entre 2006 e 2014, tendo participado inclusive da conquista do título da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Após a passagem pela equipe nacional, foi diretor esportivo da DFB e dirigente do Hoffenheim. No Bayern de Munique, atuou como assistente do croata Niko Kovac antes de assumir como treinador.

Quando Löw anunciou em fevereiro deste ano que deixaria a seleção, Flick logo foi cogitado como seu sucessor. Negociações oficiais não podiam ocorrer devido ao seu contrato com o Bayern de Munique, que iria até 2023, mas ele mesmo acabou anunciando em abril a sua saída do clube.

"Tudo aconteceu surpreendentemente rápido para mim e estou feliz de ser o treinador da seleção nacional a partir do outono (europeu)", escreveu Flick nesta terça-feira, em um comunicado oficial.

Os primeiros jogos de Flick como treinador da seleção alemã deve ocorrer em setembro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, que será no Catar. Os adversários são Liechtenstein, Armênia e Islândia.

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/esporte/1807263/hansi-flick-assina-por-tres-anos-e-assume-a-selecao-da-alemanha-apos-a-eurocopa

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Clubes europeus podem perder cerca de 51 bilhões devido pandemia.

 

Uefa prevê que clubes europeus percam R$ 51 bilhões devido à pandemia

Uefa prevê que clubes europeus percam R$ 51 bilhões devido à pandemia

As ligas nacionais e as competições de clubes da Uefa - a Liga dos Campeões e a Liga Europa - foram em sua grande maioria jogadas com portões fechados desde que a pandemia atingiu a Europa no início de 2020

A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio o futebol europeu, um dos mais ricos do mundo. Um relatório da Uefa divulgado nesta sexta-feira afirma que os principais clubes da Europa devem sofrer perdas de mais de 8 bilhões de euros (R$ 51 bilhões na cotação atual) devido ao impacto do surto global da covid-19.

O relatório da Uefa mostrou que 4 bilhões de euros (R$ 25,5 bilhões) foram perdidos em receitas de dia de jogo (como venda de ingressos e produtos dos clubes), 2,7 bilhões de euros (R$ 17,4 bilhões) em patrocínios e 1,4 bilhões de euros (R$ 9 bilhões) em receitas de transmissão.

"No relatório do ano passado, disse que o futebol europeu estava forte, unido, resiliente e pronto para os novos desafios. Contudo, ninguém poderia prever que seriamos confrontados com o maior desafio colocado ao futebol, ao esporte e à sociedade nos tempos modernos", afirmou o esloveno Aleksander Ceferin, presidente da Uefa.

As ligas nacionais e as competições de clubes da Uefa - a Liga dos Campeões e a Liga Europa - foram em sua grande maioria jogadas com portões fechados desde que a pandemia atingiu a Europa no início de 2020. "Todos os níveis e todos os cantos do futebol profissional sofreram um forte impacto", informou o relatório. "Os clubes muito dependentes das assistências nos estádios foram particularmente atingidos pela pandemia".

 Como resultado de orçamentos cortados, o valor gasto pelos clubes europeus na janela de transferências do último verão (entre julho e setembro) caiu 39%. A redução nas receitas obrigou a Uefa a aliviar temporariamente as regras do Fair Play Financeiro, que servem para assegurar que não gastem mais do que o que ganham. Contudo, Ceferin admitiu que mudanças mais permanentes podem ser necessárias.

O Manchester City reverteu uma suspensão de dois anos imposta pela Uefa por quebrar as regras do Fair Play Financeiro na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), no ano passado. No que poderia ter sido a primeira temporada dessa punição, o clube inglês chegou à final da Liga dos Campeões pela primeira vez, onde enfrentará o Chelsea no próximo dia 29, na Cidade do Porto, em Portugal.

"Este relatório mostra que vivemos uma nova realidade financeira e está se tornando claro que os regulamentos do Fair Play Financeiro têm de ser adaptados e atualizados", disse Ceferin. "A sustentabilidade financeira continuará a ser o nosso objetivo e a Uefa trabalhará em equipe com o futebol europeu para equipar o nosso esporte com novas regras para um futuro risonho".

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/esporte/1806291/uefa-preve-que-clubes-europeus-percam-r-51-bilhoes-devido-a-pandemia-de-covid-19

 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Seleção Alemã convocada para Eurocopa com novidades e retorno de medalhões.

 Thomas Mueller, do Bayern de Munique - Bayern de Munique x Werder BremenMueller e Hummels voltam à seleção alemã para Eurocopa

Jogadores não eram chamados desde a eliminação do país na Copa de 2018

Os campeões mundiais Thomas Mueller e Mats Hummels garantiram nesta quarta-feira (19) sua volta à seleção alemã pela primeira vez em mais de dois anos, já que o técnico Joachim Loew os incluiu em seu elenco de 26 homens para a Euro 2020.

Mueller e Hummels, vencedores da Copa do Mundo de 2014 sob o comando de Loew, foram alguns dos jogadores descartados após a eliminação decepcionante da Alemanha na primeira rodada do Mundial de 2018 e por sua atuação fracassada na Liga das Nações no final daquele mesmo ano.

 Mas uma reforma que foi interrompida pela pandemia nos últimos 12 meses não rendeu qualquer resultado tangível, e o time sofreu em novembro seu pior fiasco competitivo: uma derrota de 6 a 0 para a Espanha.

"Você pode interromper uma reforma nestas circunstâncias", disse Loew em uma coletiva de imprensa virtual. "Na defesa, não tivemos a estabilidade desejada recentemente e... a experiência pode ter faltado em alguns jogos". "Mats é um jogadores que influencia outros jogadores e traz experiência", acrescentou o treinador, também elogiando a temporada magnífica de Mueller com o Bayern de Munique.

Mueller contribuiu com 18 assistências e 11 gols só na liga alemã, e Hummels se estabeleceu como líder do Borussia Dortmund, recém-coroado na Copa da Alemanha, obrigando Loew a voltar atrás.

"Queremos um time borbulhando de ambição e paixão", disse Loew. "Um time que dá tudo no campo para ter sucesso. Esta é nossa meta, e você sente no time que ele quer ter sucesso neste torneio."

Noticias:https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-05/mueller-e-hummels-voltam-selecao-alema-para-eurocopa-2020

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Estratégia na Alemanha para acabar com o Lockdown !

 Jovem de máscara de proteção facial em frente à porta de um restaurante fechado, cuja placa na janela diz: Fechado devido ao lockdown do coronavírus.

Alemanha busca estratégia para deixar o lockdown

Indicadores da pandemia de covid-19 estão em queda no país desde o início do ano, o que mostra que o lockdown teve efeitos. Agora todos se perguntam: como e quando a vida vai voltar ao normal?

Assim tem sido o segundo lockdown do coronavírus na Alemanha: escolas e a maior parte das lojas fechadas desde meados de dezembro; museus, restaurantes e academias de musculação, desde o início de novembro. O que parece não ser tão evidente para todos os alemães, porém, é que o confinamento funciona, ao contrário do observado, por exemplo, na França ou na República Tcheca, onde o número de infecções estagnou ou continua a aumentar apesar do bloqueio.

Desde o início de 2021, o número de novas infecções vem caindo constantemente na Alemanha – a segunda onda está virando marolinha, ao menos por enquanto. O chamado número de reprodução R está abaixo do valor crítico "1" há semanas, ou seja, cada infectado transmite o vírus para, em média, menos de uma pessoa. O número de pacientes com covid-19 em hospitais também está caindo, embora num ritmo mais lento do que o número de casos.

Primeiras medidas de relaxamento já definidas

Os cabeleireiros poderão voltar a trabalhar a partir de 1º de março. Escolas e creches também têm permissão para reabrir, seja totalmente, seja em combinação com o ensino em casa. Isso já está decidido.

Proteção à saúde é prioridade

Representantes do comércio, dos bares e restaurantes e da indústria hoteleira exigiram do ministro da Economia, Peter Altmaier, uma perspectiva clara de reabertura. Para eles, um plano para sair do bloqueio está mais do que atrasado.

O lockdown deve ser abandonado gradualmente devido aos riscos da pandemia para a saúde, justificou o governo alemão, que defende uma abordagem prudente. "Para não corrermos o risco de uma abertura fazer com que os números voltem a disparar e novas medidas sejam necessárias", argumentou um porta-voz.

A começar pela taxa de incidência, ou o número de infecções registradas nos últimos sete dias por 100 mil habitantes. Quando, afinal, a pandemia pode ser considerada sob controle? Por muito tempo, 50 foi considerado o limite para que autoridades de saúde voltassem a conseguir rastrear os contatos de infectados. Agora o número passou para 35, o que, claro, gerou polêmica.

"Não podemos ficar inventando novos valores-limite para impedir a vida de voltar a acontecer", disse Armin Laschet, governador da Renânia do Norte-Vestfália e, como novo presidente da CDU, também um possível candidato a chanceler federal. E foi, ele mesmo, criticado.

Ambas as taxas – 50 e 35 – foram definidas como valores-limite na Lei de Proteção contra Infecções em novembro do ano passado. No entanto, as definições do que isso significa não são muito exatas. Medidas "abrangentes" (50) ou "amplas" (35), "contenção eficaz" (50) ou "mitigação rápida" (35). O que exatamente pode ser aberto, e quando, não está especificado na legislação.

Com um valor de 35, as lojas poderiam abrir, prometeu a chanceler Angela Merkel. Mas por quanto tempo esse valor terá de ser mantido para que continuem abertas? Segundo o porta-voz do governo, o valor deve permanecer "estável"; a chanceler falou de três a cinco dias.

Alguns estados estão próximos de atingir esse valor. Se isso acontecer, e a incidência ficar "estável" abaixo de 35 por duas semanas, disse Merkel, novas aberturas poderão ser cogitadas: cultura, esporte, restaurantes e hotéis. Mas o valor deve se referir ao estado inteiro? Ou poderiam também as cidades e os distritos, entre os quais vários já caíram abaixo do valor de 35, relaxar as medidas num futuro próximo? 

Falta de consenso entre os estados 

As medidas de contenção do coronavírus são coordenadas entre a chanceler federal e os chefes de governo dos estados federais. A próxima reunião está prevista para 3 de março. Quais são as chances de haver, então, um plano concreto para o que vem pela frente? A reunião passada, em 10 de fevereiro, deixou claro que os estados estão divididos. Alguns querem um plano gradual concreto; outros são contra.

Laschet, da Renânia do Norte-Vestfália, aponta para o risco causado pelas mutações e diz que prefere agir com cautela. Alguns estados, como Schleswig-Holstein, já definiram um plano próprio de saída, estipulando com detalhes quais aberturas são possíveis para cada estágio de infecção. Ou seja, o plano não se baseia mais em datas, como antes, mas em estágios.

O perigo das mutações

A história das pandemias ensina que a onda mais letal da gripe espanhola em 1918-19 foi causada por uma mutação do vírus. Mas quão perigosas são as mutações do novo coronavírus?

O Instituto Robert Koch (RKI), instituição do governo para a vigilância e prevenção de doenças, tem evitado se manifestar a respeito do assunto. Um questionamento feito pela DW foi respondido com uma referência ao conteúdo digital disponível no site da entidade. Lá, consta que é possível "que as novas variantes dificultem o combate à pandemia na Alemanha".

Uma avaliação mais precisa da variante B.1.1.7, do Reino Unido, pode ser encontrada no relatório diário do RKI: há "indicações clínico-diagnósticas e epidemiológicas de aumento de infecciosidade e de desenvolvimento de quadros mais graves da doença".

Nesta quarta-feira (17/02), o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, alertou que a variante britânica já foi detectada em 22% das novas infecções na Alemanha, podendo em breve se tornar a dominante.

Por uma incidência zero

 Nem 50, nem 35 – alguns querem a taxa de incidência ainda mais baixa. A iniciativa ZeroCovid defende um lockdown rigoroso até que a incidência esteja próxima de zero. Já a prefeita de Colônia, Henriette Reker, defendem um valor limite de 10 para que haja qualquer relaxamento na região.

O 35 pode então em breve virar 10, como temem alguns e desejam outros? Um plano coordenado com etapas poderia fornecer mais clareza e novas perspectivas.

Noticias:https://www.dw.com/pt-br/alemanha-busca-estrat%C3%A9gia-para-deixar-o-lockdown/a-56604537

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Economia alemã recuou 5% em 2020 devido à pandemia

 Economia alemã recuou 5% em 2020 devido à pandemia

Máscara em rua vazia na Alemanha
Devido ao lockdown, economistas preveem que recuperação da economia alemã só começara no terceiro ou quarto semestre

Paralisações forçadas pelo novo coronavírus provocaram uma queda do PIB alemão apenas pouco inferior à gerada pela crise econômica global de 2009. Segundo economistas, recuperação não deverá chegar antes do fim de 2021.

As restrições ditadas pela pandemia de covid-19 resultaram em profunda recessão na Alemanha. Segundo uma primeira avaliação do Departamento Federal de Estatísticas, a economia do país encolheu 5% em 2020.

Assim, os estatísticos confirmam que a Alemanha resvalou para uma profunda crise conjuntural, como já estava claro desde o segundo trimestre do ano. Em março e abril de 2020, partes da economia alemã ficaram paralisadas. O mesmo ocorreu em outras grandes economias: fronteiras foram fechadas e cadeias de abastecimento, interrompidas.

Apesar de uma recuperação se esboçar em meados do ano, no trimestre seguinte, diante do aumento do número de infecções com o novo coronavírus, impuseram-se novas restrições à vida econômica e social, apesar de as fronteiras permaneceram abertas.

A economia do país só sofreu mais durante a crise econômica e financeira global de 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 5,7%.

Perspectivas de recuperação em 2021

Pela primeira vez desde 2011, a Alemanha acusou déficit orçamentário. Segundo o Departamento de Estatísticas, a federação, estados, municípios e seguros sociais gastaram 158,2 bilhões de euros além do que arrecadaram.

Em relação ao desempenho econômico total, o déficit foi de 4,8%, o maior desde a Reunificação alemã, em 1990, apenas superado pelo recorde negativo de 1995, quando os cofres públicos assumiram as dívidas da holding estatal Treuhandanstalt, encarregada de administrar, liquidar e privatizar o patrimônio da extinta República Democrática Alemã (RDA), sob governo comunista.

Considerando o confinamento continuado e enrijecido na Alemanha e em outras nações europeias, economistas partem do princípio que a esperada recuperação da economia só começará no terceiro ou quarto trimestre deste ano.

Para esse prognóstico, eles apontam dois fatores: por um lado, nos próximos meses o congestionamento da demanda deverá ser liberado; por outro, haverá o apoio das muitas centenas de bilhões de euros de ajuda do governo federal e do Banco Central Europeu (BCE). Desse modo, 2021 deverá fechar com um forte crescimento, mesmo que os níveis pré-pandemia de atividade econômica só devam ser alcançados no fim do ano.



Noticia: dw.com

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Pandemia arranha imagem de uma Europa organizada

 Pandemia arranha imagem de uma Europa organizada

Apesar de boa reputação de diversos países do oeste e do norte europeu, realidade é outra quando se trata de controlar o coronavírus.

Pofissionais de saúde tratam de paciente de covid-19 em uma unidade de terapia intensiva na capital belga, Bruxelas.
Com capacidades no limite: uma unidade de terapia intensiva na capital belga, Bruxelas

Alemanha

Durante a primeira onda, a Alemanha era vista como líder mundial na contenção da pandemia. Há muito tempo, porém, que o país perdeu esse status.

No final de setembro, quando a chanceler federal Angela Merkel avisou que poderia haver 19,2 mil novas infecções diárias no Natal. A declaração foi encarada com ceticismo por autoridades resistentes à imposição de novas medidas de confinamento. Duas semanas depois, em reunião com os chefes dos estados federais, o máximo que ela consegui foi um "lockdown light", embora defendesse medidas mais rígidas.

Já no início de novembro, o Instituto Robert Koch, responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas na Alemanha, relatou pela primeira vez mais de 20 mil novas infecções em um dia. Em meados de dezembro e no início de janeiro, as regras tiveram então que ser reforçadas em todo o país.

Os governadores dos dois estados federais mais atingidos atualmente, Turíngia e Saxônia, já admitiram erros. "A chanceler estava certa e eu errado", disse Bodo Ramelow em uma entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine. Seu colega saxão Michael Kretschmer também reconheceu que, olhando em retrospecto, teria sido melhor paralisar o país muito antes, "mesmo que isso tivesse levado a muita incompreensão por parte da população", conforme citado pelo diário Free Press, de Chemnitz.

Criança estuda sentada em frente a um laptop, utensílios escolares, um livro aberto e uma máscara de proteção facial sobre a mesa.

As escolas continuam fechadas na Alemanha – e a aprendizagem digital nem sempre funciona


Os erros, porém, não foram observados apenas no outono europeu, em resposta ao número crescente de infecções, mas também na preparação para tal situação. No início da pandemia, virologistas e médicos enfatizaram que o vírus iria se espalhar fortemente na estação mais fria e que haveria uma segunda onda.

Porém, em vez de usar o verão para se preparar, o país dormiu no ponto ou simplesmente desperdiçou a oportunidade, criticaram políticos e associações, entre outros. Ainda faltam equipamentos digitais nas autoridades de saúde e nas escolas, assim como faltam conceitos funcionais sobre como manter o ensino durante a pandemia. Em muitos aspectos, a Alemanha parece ter sido pega de surpresa pela segunda onda.

Dinamarca

No início da pandemia, a Dinamarca também deixou uma boa impressão. A esmagadora maioria dos dinamarqueses – 95% dos entrevistados – disse que seu governo estava fazendo um bom trabalho no combate à pandemia, constatou o Pew Research Center durante o verão europeu.

Até que surgiu o problema dos visons. Uma mutação do coronavírus foi detectada em alguns desses animais, criados em grandes quantidades nas fazendas da Dinamarca devido ao valor comercial de sua pele. Preocupadas com a possibilidade de que a nova versão do vírus pudesse ser transmitida aos humanos e tornasse as vacinas menos eficazes, as autoridades dinamarquesas ordenaram a morte de todos os animais. Mais de 15 milhões de visons foram sacrificados.

Agora, o problema é a carcaça dos animais, pois os gases de decomposição chegaram à superfície, provocando temores de que a água potável seja poluída. Em maio, então, os animais deverão ser desenterrados e queimados.

Visons abatidos em fazenda perto de Naestved, na Dinamarca, em 6 de novembro de 2020.

Com medo do coronavírus, mais de 15 milhões de visons foram abatidos em fazendas dinamarquesas


O escândalo pode ter consequências graves para a Dinamarca, avaliou Søren Riis Paludan, professor do Instituto de Biomedicina da Universidade de Aarhus. Em meados de dezembro, ele disse ao Financial Times que o caso dos visons ofuscou a luta contra a pandemia no mês anterior: "Durante três semanas, não falamos sobre o aumento do número de infecções. O foco não estava mais na pandemia, e a expansão passou despercebida."


Desde então, escolas, restaurantes e a maioria das lojas estão fechados. Há poucos dias, a Dinamarca tornou a aumentar as restrições.

Holanda

Por muito tempo, a Holanda não recorreu ao uso de máscaras em público, limitando-se a determinar sua obrigatoriedade apenas no transporte local. O governo questionava a utilidade de tal medida. Só no final de setembro, o país emitiu uma recomendação a favor do uso da proteção facial como forme de proteger a si e aos outros. Desde 1º de dezembro, as máscaras são obrigatórias em espaços públicos fechados. Para fins de referência: a Organização Mundial da Saúde (OMS) as recomenda como meio de combate à pandemia desde junho.

Uma estratégia de vacinação pouco clara também foi alvo de duras críticas. "Caótica", "confusa" e "constrangedora" são os rótulos usados pela oposição ou pelos médicos. No dia 6 de janeiro, a Holanda se tornou o último país da UE a iniciar a imunização de sua população – dez dias depois da Alemanha e de outros países –, embora a vacina já estivesse armazenada no país há tempos.

O fato de o país ter hesitado em algumas estratégias pode causar espanto, especialmente quando se leva em consideração que os hospitais estavam tão sobrecarregados durante a primeira onda que os pacientes de covid-19 tinham que ser levados para a Alemanha para receber tratamento.

Bélgica

Contradizendo o clichê de nações ocidentais bem organizadas, a imagem da Bélgica já estava arranhada antes mesmo da pandemia de coronavírus. Politicamente, os belgas se encontram numa posição complicada: com negociações intermináveis para formar uma coalizão de governo.

O país, cuja capital é a sede da UE, também luta contra o coronavírus. "Estamos à beira de um tsunami", disse o ministro da Saúde belga, Frank Vandenbroucke, em meados de outubro. Na ocasião, os hospitais estavam totalmente sobrecarregados, os pacientes eram transferidos para países vizinhos e os profissionais de saúde infectados tinham que continuar trabalhando.

Equipe médica, usando equipamento de proteção, trabalha com um paciente com coronavírus.

Com o sistema de saúde sobrecarregado na Bélgica, pacientes de covid-19 foram acolhidos pela Alemanha

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças da UE (ECDC), a Bélgica chegou a alcançar o maior número de novas infecções no bloco em termos populacionais. De acordo com os dados, a incidência de 14 dias atingiu um pico no final de outubro, com 1.774 novos casos por 100 mil habitantes.

Medidas mais rígidas levaram a uma melhora da situação no momento atual.

Suécia

Por muito tempo, a Suécia seguiu um caminho isolado e muito controverso na Europa. Em vez de medidas coercivas, o país escandinavo recorreu principalmente a apelos à população e a um processo de infecção natural para obter imunidade coletiva. Mas no outono, o número de infecções aumentou significativamente.

Em seu discurso de Natal, o rei Carl 16 Gustaf definiu a estratégia de seu país como um fracasso. "Temos um número elevado de mortes e isso é terrível", disse o chefe de Estado. Na sexta-feira (08/01), o parlamento sueco aprovou uma lei dando determinados poderes ao governo, como ordenar o fechamento de lojas.

Áustria

Quase um ano atrás, a estação de esqui de Ischgl ganhou notoriedade como impulsionadora da pandemia na Europa. Uma comissão independente de especialistas confirmou que as autoridades austríacas cometeram erros e falhas no tratamento do surto na cidade. As áreas de esqui na Áustria já estão abertas novamente, mas após o fluxo de turistas, às vezes enorme, algumas regiões tiveram que enrijecer as regras novamente.

Como um todo, o país passa por uma crise. Poucos demonstraram interesse nos testes em massa oferecidos no início de dezembro, que, para piorar, foram acompanhados por avarias técnicas. O chanceler federal Sebastian Kurz também foi duramente criticado quando acusou imigrantes de terem trazido o vírus para o país no verão, algo que os números refutam.

Esquiadores com máscaras faciais de proteção deixam teleférico na área de esqui de Semmering, na Áustria, em 24 de dezembro de 2020.

Estações de esqui foram reabertas na Áustria, mas os turistas geralmente desobedecem as regras de quarentena

Atualmente, o processo de vacinação ocorre de maneira bastante irregular no país, com doses não utilizadas abandonadas em depósitos. Enquanto isso, aumentam os pedidos de demissão do ministro da Saúde Rudolf Anschober.

França

Na Europa, a França responde pela segunda maior taxa infecção por covid-19 depois da Grã-Bretanha, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. A propagação do vírus só pôde ser contida com medidas duras. Entre elas, estão toque de recolher noturno e um raio de locomoção muito pequeno. Devido à sobrecarga no início do ano, pacientes de covid-19 tiveram que ser transferidos para a Alemanha, e o procedimento foi repetido no outono como medida de precaução.

Diante de um início lento na vacinação, políticos regionais acusaram o governo de Paris de fracasso e de terem sido deixados de fora no processo de planejamento. "Nós nos tornamos motivo de chacota global", disse à DW Michaël Rochoy, clínico geral em Outreau, no norte da França. "Como as coisas podem andar tão devagar em um país que tem um sistema de saúde nacional tão bom?"

Profissional de saúde boceja enquanto faz uma pausa na unidade de terapia intensiva para pacientes infectados por covid-19 do hospital universitário (CHU) Cavale Blanche em Brest, oeste da França, em 4 de novembro de 2020.

No limite: profissionais de saúde que trabalham em unidades de terapia intensiva sofrem estresse constante há meses


A pandemia também está tendo um impacto inesperado: uma empresa de eletricidade pediu aos franceses que economizassem energia. Na França, a maioria das famílias aquece suas casas com eletricidade, algo que agora está se tornando escasso. Segundo os fornecedores de energia, o motivo está nas baixas temperaturas aliadas à falta de manutenção.

Mas nem todos os países da Europa têm se saído tão mal em resposta à pandemia: Noruega e Finlândia têm conseguido surfar bem nesta segunda onda até aqui.


Noticia: dw.com